A temporada de Páscoa é marcada por um fenômeno extraordinário no cenário comercial: o considerável aumento nas vendas de chocolate. Este impulso sazonal permite projetar uma elevação do mercado global de chocolate de US$ 111,97 bilhões em 2023 para expressivos US$ 133,18 bilhões até 2028, delineando uma trajetória de crescimento substancial para a indústria chocolateira, segundo pesquisa da Mordor Intelligence sobre as tendências no mercado de chocolate entre 2023 e 2028.
A projeção de crescimento, com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 3,53% entre 2023 e 2028 reflete não apenas a predileção do consumidor por indulgências doces durante as festividades pascais, mas também as evoluções nas preferências de consumo.
A crescente demanda por chocolates orgânicos, veganos, sem açúcar e sem glúten demonstra uma mudança de paradigma em direção a escolhas mais saudáveis e ambientalmente conscientes.
A sazonalidade desempenha um papel crucial neste cenário, com as vendas de chocolates premium atingindo o pico durante datas festivas como a Páscoa e o Natal. Empresas inovadoras lançam uma variedade de produtos durante essas ocasiões, enquanto os chocolates funcionais, projetados para atender às preocupações de saúde dos consumidores, ganham popularidade.
Tendências no mercado de chocolate
A segmentação do mercado, dividida entre chocolate ao leite/branco e chocolate amargo, reflete as diferentes preferências dos consumidores. A indústria de chocolate é caracterizada pela presença de players regionais e internacionais, como Mars Incorporated, Yildiz Holdings e Ferrero International SA.
A inovação contínua, com o lançamento de chocolates premium globalmente, é uma estratégia adotada por esses líderes de mercado.
A ênfase em produtos especiais para ocasiões específicas, como Dia dos Namorados, Páscoa e Natal, é uma tática eficaz para atrair os consumidores.
A Europa surge como um líder dominante, onde a ênfase na qualidade do chocolate, incluindo chocolates de origem única, orgânicos e artesanais, impulsiona o mercado. Nessa região, a demanda por chocolates amargos cresce, destacando uma preferência por produtos com menor teor de açúcar e sabor concentrado de cacau.
O aumento da demanda por cacau de sabor fino, especialmente na Europa e América do Norte, impulsiona a produção de chocolates gourmet.
A busca por certificação de sustentabilidade e origem única é uma tendência em ascensão, com fabricantes lançando linhas premium para atender a essa demanda crescente. Essa mudança é evidente no nascimento de empresas como a Jacobean Studio Inc. no Canadá, que utiliza cacau do México e do Peru para criar chocolates de origem única.
Já o consumidor europeu, cada vez mais preocupado com a qualidade do chocolate, impulsiona a demanda por produtos premium. A preferência por chocolates amargos e a ênfase em opções orgânicas e artesanais moldam o mercado na região. No Reino Unido, em particular, a ascensão dos chocolates premium, atendendo às demandas por opções veganas e sem açúcar, destaca a adaptabilidade das empresas diante das mudanças nas preferências do consumidor.
Chocolate, Páscoa e embalagens:
os desafios da Indústria para atender às novas preferências do consumidor
Muitos consumidores buscam por opções mais saudáveis, alinhadas às suas crescentes preocupações com bem-estar e origens sustentáveis, como apontam as principais pesquisas de tendências em hábitos de consumo.
A busca por chocolates que equilibrem saudabilidade e indulgência dita o ritmo das estratégias das marcas. Em um mundo pós-pandemia, os consumidores anseiam por alimentos que ofereçam conforto, aconchego e uma sensação de auto-recompensa. As marcas, atentas a essa mudança de comportamento, estão ajustando seus produtos para satisfazer essa nova demanda.
A disposição para perdoar ganha destaque na temporada de Páscoa de 2024. Fabricantes de chocolates reconhecem a mudança no perfil do consumidor, que agora busca nos alimentos uma experiência que vai além do sabor, envolvendo conforto e prazer.
Fernanda Sequetto, gerente de marketing da Harald, empresa líder no mercado de coberturas e chocolates para confeiteiras, destaca que os consumidores não abrem mão da indulgência, mesmo quando buscam opções mais saudáveis.
A conscientização sobre a origem e os ingredientes dos produtos tornou-se uma prioridade, sem comprometer o desejo por sabores que proporcionem prazer e conforto.
A mudança de paladar dos consumidores, agora mais atentos aos rótulos e ingredientes, desafia a indústria de chocolates. A demanda por alto teor de cacau é evidente, uma tentativa de ampliar o paladar além das opções convencionais. Contudo, a disponibilidade predominante de chocolates com baixo teor de cacau, mas elevadas quantidades de gordura hidrogenada e aromatizantes prejudiciais à saúde, requer uma adaptação significativa.
À medida que a Páscoa se aproxima, não podemos ignorar a crescente demanda por chocolates mais saudáveis e o papel crucial das embalagens nesse contexto.
A conscientização sobre ingredientes e origens não se limita apenas ao produto final, mas se estende à embalagem.
O mercado de embalagens enfrenta o desafio de se adaptar a essa busca por consumo mais consciente, garantindo não apenas a integridade dos produtos, mas também a sustentabilidade desejada pelos consumidores.
Este cenário revela uma interconexão direta entre o aumento das vendas de chocolate na Páscoa, a busca por opções mais saudáveis e a movimentação do mercado de embalagens.
A necessidade de embalagens eficientes, diversificadas para a gama de produtos oferecidos, esquenta a produção na indústria e valoriza a competitividade. Assim, a capacidade de adaptação rápida para atender às variações sazonais no volume de produção, bem como a constante busca por inovação para trazer produtos mais alinhados com as tendências de consumo, é fundamental para garantir a integridade dos produtos e a satisfação do consumidor.
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