Filme para embalagem BOPP: quando ele substituiu o celofane?

FILME PARA EMBALAGEM BOPP

O filme para embalagem BOPP, o polipropileno biorientado, é um polímero resultante da polimerização do propileno, um subproduto da refinação do petróleo. Este processo envolve a reação de adição de milhares de moléculas de propileno que formam pequenas unidades de resina plástica. Essa resina é transformada em diversos produtos, incluindo o filme de BOPP, que representa uma geração avançada no refino do petróleo.

A produção do BOPP inicia-se na indústria petroquímica, onde insumos como nafta e gás de refinaria são utilizados para obter propeno. Este, quando combinado com catalisadores, inicia uma reação de polimerização que resulta no polipropileno. O filme de BOPP é produzido a partir dos grânulos de polipropileno que são aditivados, extrudados ou coextrudados, estendidos biaxialmente e recolhidos em bobinas, caracterizando um processo altamente automatizado.

O celofane, em contraste, é um material derivado da celulose e foi amplamente utilizado em embalagens antes do advento de polímeros sintéticos como o BOPP. Devido às suas limitações, especialmente em termos de resistência e versatilidade, o celofane foi sendo gradativamente substituído pelo BOPP em muitas aplicações.

O BOPP é utilizado em uma variedade de embalagens, especialmente para produtos alimentícios, devido à sua capacidade de impressão de alta qualidade, resistência e custo competitivo. Existem três tipos principais de BOPP: metalizado, perolado e transparente. Este material é encontrado em embalagens de produtos como salgadinhos, biscoitos, sopas instantâneas e rótulos de garrafas PET, oferecendo vantagens como facilidade de coloração, impressão e laminação.

Apesar dos benefícios do BOPP, há preocupações ambientais relacionadas ao seu descarte.

Filme para embalagem BOPP: como ele surgiu?

O polipropileno biorientado, mais conhecido pela sigla BOPP, tem suas origens na evolução dos materiais de embalagem ao longo do século XX. Desenvolvido inicialmente na Itália na década de 1950, o BOPP emergiu como uma solução inovadora no campo dos polímeros sintéticos, graças à sua resistência superior e claridade excepcional. A invenção veio como resposta à necessidade de materiais de embalagem mais eficientes e versáteis, capazes de atender às demandas crescentes da indústria alimentícia e de bens de consumo.

O processo de fabricação do BOPP, que envolve a orientação biaxial do polipropileno, foi um marco que definiu suas propriedades distintas, como a alta resistência mecânica, excelente barreira a gases e umidade, e uma superfície ideal para impressão. Essas características não apenas permitiram sua rápida adoção em várias aplicações de embalagem, mas também abriram caminho para inovações subsequentes em técnicas de processamento e aditivação.

Com o passar das décadas, o BOPP consolidou-se como um material essencial na indústria de embalagens, graças à sua adaptabilidade e ao desempenho superior em comparação a outras soluções de embalagem, como o celofane. Sua capacidade de ser reciclado, embora inicialmente não fosse uma consideração primária, tornou-se cada vez mais importante à medida que as preocupações ambientais ganhavam destaque.

Hoje, o BOPP é valorizado não apenas por suas propriedades físicas e químicas, mas também por sua contribuição à sustentabilidade. A indústria continua a inovar, buscando métodos de produção mais eficientes e ambientalmente amigáveis, bem como melhorando os processos de reciclagem do BOPP. Assim, o BOPP mantém sua posição como uma peça chave na indústria de embalagens, adaptando-se às necessidades de um mundo em constante mudança.

BOPP, sustentabilidade e reciclagem: uma trinca inseparável

Apesar das muitas vantagens do BOPP em aplicações de embalagens, preocupações ambientais surgiram em relação ao seu descarte e ao impacto a longo prazo na sustentabilidade.

Como um produto derivado do petróleo, o BOPP contribui para os desafios globais associados aos resíduos plásticos, especialmente quando não é devidamente reciclado. Esses desafios incluem a poluição dos oceanos, a degradação do habitat natural e a ameaça à vida marinha, além de contribuir para o crescente problema dos aterros sanitários. A durabilidade do BOPP, embora seja uma vantagem para a preservação dos produtos, significa também que ele pode persistir no meio ambiente por décadas, se não for manuseado corretamente após o uso.

Nesse contexto, a reciclagem do BOPP torna-se uma questão de importância crítica. A reciclagem não apenas reduz a quantidade de resíduos que acabam em aterros sanitários ou nos oceanos, mas também diminui a demanda por recursos virgens necessários para produzir novos materiais de embalagem. Processos de reciclagem eficientes para o BOPP podem transformar resíduos em recursos, criando um ciclo fechado que beneficia tanto a economia quanto o meio ambiente.

A responsabilidade pela reciclagem do BOPP não recai apenas sobre um único setor; ela é compartilhada entre os setores público e privado. Governos têm o papel de criar e implementar regulamentações e políticas que incentivem a reciclagem, estabelecendo padrões para a gestão de resíduos e promovendo infraestruturas de reciclagem. Isso pode incluir a imposição de metas de reciclagem para as empresas, a oferta de incentivos fiscais para práticas sustentáveis e o investimento em tecnologias de reciclagem avançadas.

Por outro lado, o setor privado, incluindo os produtores de BOPP e as empresas que utilizam essas embalagens, tem a responsabilidade de adotar práticas de design sustentável, como o desenvolvimento de produtos que sejam mais fáceis de reciclar e a utilização de materiais reciclados em novas embalagens. Além disso, as empresas podem desempenhar um papel crucial na educação dos consumidores sobre a importância da reciclagem e na facilitação do processo de coleta de resíduos recicláveis.

A colaboração entre os setores público e privado é essencial para superar os desafios associados à reciclagem do BOPP e para promover um futuro mais sustentável. Isso inclui a partilha de conhecimentos, o investimento conjunto em novas tecnologias de reciclagem e a criação de sistemas de gestão de resíduos que maximizem a recuperação de materiais valiosos. Com esforços conjuntos e comprometimento com a sustentabilidade, é possível reduzir significativamente o impacto ambiental do BOPP e avançar em direção a uma economia circular mais eficiente.

Celofane

Antes do BOPP, era o celofane

O celofane é um material transparente e flexível feito a partir da regeneração da celulose, que é extraída de plantas. Sua invenção remonta ao início do século XX, marcando uma revolução nas embalagens e no armazenamento de produtos.

O químico suíço Jacques E. Brandenberger é creditado com a invenção do celofane em 1908, fruto de sua busca por um material impermeável que pudesse ser aplicado a tecidos para torná-los resistentes a líquidos, sem perder a flexibilidade e transparência.

A ideia surgiu quando Brandenberger assistiu a um derramamento de vinho em uma toalha de mesa, inspirando-o a criar um revestimento que repelisse líquidos.

Após vários experimentos, ele desenvolveu um método para aplicar uma camada fina de líquido viscoso de celulose sobre uma base, que, ao secar, formava um filme transparente e flexível. Embora suas tentativas iniciais de revestir tecidos não tenham sido bem-sucedidas, ele reconheceu o potencial desse filme para ser usado como material de embalagem.

Em 1912, Brandenberger aperfeiçoou o processo de fabricação do celofane e começou a produção comercial na França. O material rapidamente ganhou popularidade como embalagem devido à sua capacidade de selar a frescura dos produtos alimentícios, além de permitir a visualização do conteúdo sem abrir a embalagem. Isso representou um avanço significativo na forma como os alimentos eram armazenados e comercializados, oferecendo uma barreira contra a umidade e o ar, que são fatores conhecidos por acelerar a deterioração dos alimentos.

Na década de 1920, a DuPont adquiriu os direitos de produção do celofane nos Estados Unidos, iniciando sua fabricação em larga escala e contribuindo para sua difusão mundial. O celofane tornou-se onipresente em embalagens de diversos produtos, desde alimentos até itens de higiene pessoal e tabaco. Sua produção envolvia o tratamento do filme com agentes de plastificação, tornando-o mais flexível e resistente a óleos e gorduras, ampliando ainda mais suas aplicações.

Quando o filme para embalagem BOPP substitui o celofane?

Com o desenvolvimento de polímeros sintéticos como o polietileno e o BOPP na metade do século XX, o mercado de embalagens testemunhou uma transformação significativa. Esses materiais, devido à sua versatilidade e custo-benefício, começaram a substituir o celofane em muitas aplicações. O BOPP, em particular, destacou-se por combinar resistência, clareza e eficiência de custos, atributos altamente valorizados pela indústria de embalagens.

A sustentabilidade do BOPP tem sido um foco de inovação contínua, refletindo o compromisso da indústria em encontrar soluções que não apenas atendam às necessidades funcionais, mas também minimizem o impacto ambiental.

SUSTENTABILIDADE DO FILME PARA EMBALAGEM BOPP

Ao contrário da percepção de que apenas materiais naturais como o celofane são ecologicamente corretos, o BOPP também oferece vantagens ambientais significativas:

  • Reciclabilidade: o BOPP é 100% reciclável, o que significa que pode ser reprocessado e transformado em novos produtos, contribuindo para a economia circular e reduzindo a necessidade de matéria-prima virgem.
  • Eficiência no uso de recursos: a produção de BOPP é otimizada para consumir menos energia e gerar menos resíduos em comparação com outros materiais de embalagem, resultando em uma pegada de carbono mais baixa.
  • Longevidade e redução de desperdício: embalagens feitas de BOPP protegem melhor os produtos, prolongando sua vida útil e reduzindo o desperdício de alimentos, uma questão crítica na sustentabilidade global.
  • Inovações sustentáveis: o setor tem investido em tecnologias de produção de BOPP que incorporam conteúdo reciclado, além de desenvolver filmes de BOPP biodegradáveis e baseados em biomateriais, abrindo caminho para uma nova geração de embalagens sustentáveis.

Portanto, enquanto o celofane mantém seu valor em aplicações específicas devido à sua biodegradabilidade e origem renovável, o BOPP apresenta uma proposta de valor robusta que equilibra desempenho, custo e considerações ambientais. Ao oferecer soluções sustentáveis que atendem às exigências contemporâneas, o BOPP reafirma seu papel vital na indústria de embalagens, demonstrando que a inovação e a sustentabilidade podem andar de mãos dadas.

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